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Mais de 150 organizações assinam carta aberta pela priorização do uso de câmeras corporais nas forças policiais

probono

05.05.2025 16h49

Mais de 150 organizações assinam carta aberta pela priorização do uso de câmeras corporais nas forças policiais
Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil

Em defesa de uma política de segurança pública comprometida com a proteção da vida e o controle democrático da atividade policial, mais de 150 organizações da sociedade civil, movimentos sociais, grupos de pesquisa e especialistas assinaram uma carta aberta endereçada ao Presidente da República, ao Ministro da Justiça e Segurança Pública, ao Congresso Nacional e aos governadores dos estados e do Distrito Federal. O documento reforça a urgência da priorização do uso de câmeras corporais com gravação contínua por todas as forças de segurança pública do país.

A carta destaca que, em 2023, mais de 6 mil pessoas foram mortas por policiais no Brasil — a maioria jovens e negros — e que, diante desse cenário, o uso de câmeras corporais se mostra uma das políticas mais eficazes na redução da letalidade policial. A experiência do estado de São Paulo, onde a implementação de câmeras reduziu em mais de 60% o número de mortes causadas por agentes de segurança entre 2019 e 2022, é citada como exemplo.

Apesar dos avanços, o texto denuncia o enfraquecimento recente dessa política, com cortes de investimento, alterações nos protocolos e aumento das mortes em ações policiais, incluindo crianças e adolescentes. Diante desse retrocesso, o documento propõe que o Pacote de Segurança Pública estabeleça diretrizes claras para a universalização do uso de câmeras, incluindo:

  • Obrigatoriedade da gravação contínua e automática;

  • Padrões mínimos de fiscalização e armazenamento seguro das imagens;

  • Condicionamento de repasses federais à adoção efetiva da medida;

  • Participação da sociedade civil no monitoramento da política.

Segundo a carta, as câmeras corporais não são apenas um instrumento tecnológico, mas uma ferramenta de fortalecimento da democracia, da justiça e da confiança entre população e forças de segurança.

O Instituto Pro Bono se soma às demais entidades signatárias no compromisso com uma política pública de segurança voltada à dignidade, à prevenção de abusos e ao respeito aos direitos fundamentais.

A íntegra da carta e a lista completa de organizações e pessoas signatárias pode ser acessada abaixo:

CARTA-ABERTA-CAMERAS-CORPORAIS